sexta-feira, 23 de abril de 2010

O $aldo das tragédias

Hoje pela manhã, vendo mais um monte de tragédias devido às chuvas desta madrugada, não pude deixar de me lembrar das imagens do Rio de Janeiro, em meio ao desmoronamento daquele morro. Também não é possível deixar de pensar em outras tragédias semelhantes do Brasil, como Angra dos Reis e no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Aí me recordei dos terremotos e me dei conta do quanto é ideológico e muito seletivo o impacto destas tragédias nas mentes populares. Os outros eventos ocorridos no Brasil foram cobertos pela imprensa, e geraram prestação de auxílio e envio de suprimentos para os atingidos, porém ao acontecer no RJ, parece que gera uma comoção maior. Diversas pessoas influentes vieram à público para se manifestar e externar sua indignação, coisa que nos outros não foi de maior ênfase. Entendo que muitas destas pessoas são naturais do Rio ou lá vivem e trabalham, e é verdade que só nos damos conta do quanto um problema é duro ao termos de enfrentá-lo. Mas passa uma impressão de que em todo lugar pode acontecer lá não. O mais incrível é que apesar desta proximidade e da grande concentração de órgãos de mídia naquele estado essa cobrança, para variar vem após a tragédia. A culpa recai sobre os políticos que lá estão a dezenas de anos e por estas pessoas são apoiados. Essa percepção se torna maior ao analisarmos os 3 grandes terremotos que tivemos recentemente. O do Haiti, verdadeira terra de ninguém, gerou enorme comoção, por se tratar de uma terra miserável e muito em culpa da postura de muitos países ricos e influentes. Foi bárbaro, e praticamente botou o país inteiro no chão. O que aflorou as oportunidades de negócios para estes mesmos países que viraram as costas para o povo negro e miserável. Aí mostrar o grau da tragédia é importante, para justificar que as ações nao serão por interesse econômico, mas "humanitário". Em seguida tivemos o grande tremos no Chile, e suas muitas réplicas. Apesar da destruição ter sido enorme, e ter feito grande número de vítimas, a cobertura já não foi tão intensa, afinal o Chile havia acabado de eleger seu novo presidente, de postura neoliberal, contrária à da presidente socialista que deixava o cargo. Ora, a possibilidade de vitória de Sebastián Piñera, foi divulgada aqui como um aviso ao governo Lula, algo tipo: "Se prepare, pois o tempo deste tipo de governo está no fim!". Só que veio o terremoto e o novo presidente agora não tem mais objetivos políticos, apenas deve tentar reconstruir os destrosos. Por fim tivemos outro enorme tremor na China. Infelizmente lá, qualquer acidente provoca grande número de mortos, dada execssiva massa populacional. Pelo que pude ver o terremoto foi terrível, milhares de mortos. Mas a cobertura da imprensa não foi tão incisiva quanto no Haiti. Apesar de ser um país que a todos interessa, possui um governo fechado, e que não vai permitir que esta tragédia seja mais uma fonte de lucros para o Capitalismo Ocidental. E mais, serve como maneira estúpida do Capitalismo Ocidental punir o país asiático, por manter tal regime por lá.

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