terça-feira, 29 de setembro de 2009

Brasil Potência

Há algum tempo venho dizendo que daqui uns 10 anos o Brasil passará por novo período de ditadura ou governo autoritário, como queiram. São muitos aspectos que apontam nessa direção. Porém diante da postura do governo brasileiro em relação ao golpe de Estado de Honduras, acredito que possa estar enganado. Minha perspectiva vinha da análise das posturas dos EUA para a América Latina. Os Estados Unidos estão reavivando alguns aspectos da Guerra Fria, como:
* reativar e ampliar bases na Colômbia e a 4ª Esquadra, com a desculpa de combater o narcotráfico, mas que na verdade servem para ampliar a pressão sobre os governos sulamericanos;
* a constante demonização dos líderes da Colômbia e Venezuela, com as mesmas características das feitas ao comunismo russo nos anos 50, 60 e 70; (pra piorar o governo venezuelano firmou acordos de cooperação militar com a Rússia.)
* o golpe em Honduras que vinha sendo tratado como algo lastimável, mas que já está aplicado então paciência, apenas algumas palavras sem muita ênfase foram bradadas. Logo quando (ou se) houvesse outro (s) golpes na América Latina não era de se espantar.
Já li algumas análises que assemelham o governo Obama ao governo Kennedy (que financiou as ditaduras latinas, reforçou o american dream e acirrou a disputa com a URSS), por se colocar como político de centro sem grandes intenções além de manter o modelo e aprimorar a liderança dos EUA. O fato do Brasil ter se envolvido na questão hondurenha chama a atenção para o caso, faz com que a ONU e outros países estejam mais atentos às suas questões internas e às questões dos outros países. Não foi somente o governo Zelaya que sofreu um golpe, mas toda a Democracia dos países latinos. Se este evento passasse em branco outros no futuro também poderiam passar.
Reforçando minha análise temos o rápido e forte crescimento econômico brasileiro, demonstrando que as tradicionais potências estão vivendo um modelo ultrapassado de economia e que vão ter de mudar as posturas diante do Brasil, e aceitá-lo como potência (ou tentar brecá-lo na marra). Isso sem falar no Pré-Sal que pode, por baixo, dar ao Brasil uma riqueza de 300.000.000.000.000,00 (Trezentos Trilhões) para nossos cofres. A apatia do povo brasileiro com a politica e a forte manipulação de informações da mídia ajudam e muito a corroborar minha visão. Escandalos diários, a corrupção borbulhando, podem ser argumento utilizados para um grupo, não muito grande, se entusiasmar e mandar ver num golpe, que será com toda certeza acobertado e apoiado pela imprensa nacional. Na verdade o cenário interno e externo, salvas muitas proporções e atualizações, são bem semelhantes ao Brasil de 1964. Espero realmente que isso não venha a ocorrer. Bastaria que os grupos do Planalto passassem a acreditar no Brasil ao invés de vendê-lo pela primeira oferta.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Reforma, que reforma?

Uma coisa que me embasbaca é a facilidade que os discursos e, especialmente as questões legais, são conduzidas e direcionadas ao bel prazer de certos grupos. Semana passada o Senado discutia o projeto de reforma eleitoral para as eleições do ano que vem. Não muda nada, na verdade o tema de maior repercussão era sobre o uso da internet nas campanhas. Nas últimas eleições eu recebi alguns e-mails de candidatos que pegaram meu endereço de listagens de órgãos oficiais e partiam deste acesso privilegiado para encher o meu e muitos outros sacos por aí. Eu sempre me dava ao trabalho de responder dizendo que não havia autorizado, que sabia que eles utilizavam as listas de e-mails de secretarias públicas e que iria denunciá-los ao TRE. Agora vai ser dureza, a proposta é de que a campanha por e-mails, sites e outras parafernálias cibernéticas seja permitidas. Quer dizer mudar a lei para benifício dos candidatos sim, em regime de urgência urgentíssima, mas deixar o processo sério, com restrição aos volumes de dinheiro nas campanhas, tornar o cargo público como de dedicação exclusiva, restringir o número de mandatos possíveis, isso nem pensar. Nessa discussão a respeito do uso eleitoreiro da internet interessante foi a posição de José Sarney dizendo que a internet é algo que está aí, não há como limitar seu uso e pensar e criar proibições é um absurdo (senão disse isso foi bem parecido). Sendo assim seu uso está livre e desempedido, pedofilia, invasões a sistemas, desvio de valores de contas bancárias, enfim não podemos e nem devemos pensar em limitar os usos da Internet, não é Senador?

Tudo como dantes...

O para muitos amado novo salvador da pátria, quer dizer das pátrias, Barack Obama começou a mostrar que seu governo vai ser lembrado apenas por ser o primeiro a ser exercido por um negro. Assim como o nosso presidente, Obama era visto como a esperança, o farol que conduziria o povo para o paraíso terreno. Até agora não praticou nada daquilo que as pessoas esperavam que fizesse. O Iraque se mantém ocupado e, quase certamente vai virar uma zona de disputas internas e guerrilhas assim que os soldados o deixarem. A guerra contra o "terror", mesma propagada por seu antecessor, agora se volta contra o Afeganistão onde o grupo Talibã ainda exerce grande poder. A administração Obama parece gostar de resgatar ações dos governos passados, pois está em fase final de acerto para ampliar sua presença militar na Colômbia, coisa típica da Guerra Fria. Porém no lugar do comunismo o combate ao narcotráfico é a explicação, afinal a Colômbia é o maior produtor de cocaína do mundo e os EUA seu maior mercado de consumo, mas é interessante que o Afeganistão é o maior produtor de Heroína e mesmo ocupando o país desde 2001 os EUA não resolveram a questão. Agora para carimbar esta tendência de manter o time ou resgatar antigos sucessos, Obama anuncia que o embargo econômico a Cuba vai ser mantido até que a ilha caribenha promova eleições democráticas e todo aquele discurso Capitão América. Esta postura era algo que muitos esperavam que não ocorresse. Afinal logo que assumiu Obama deu uma afrouxada no embargo, ao menos foi o que pareceu. Na verdade ele só voltou ao que era antes de 11 de setembro de 2001, quando Bush determinou medidas mais fortes contra o governo de Fidel. Na economia também não vemos nada que diferencie suas posturas, no meu modo de ver o governo estadunidense mantém a mesma postura arrogante e impositora, só que agora de modo mais sorridente. Sorrisos que não sei até quando vão se o Brasil começar a incomodar os gigantes da economia mundial de modo mais efetivo no pós-crise. Disto falo mais tarde...