O acidente envolvendo o ex (infelizmente não para sempre) deputado Fernando Ribas Carli Filho instalou uma disputa, uma verdadeira queda-de-braço, entre duas forças que comunmente andam juntas: a classe política e a imprensa. Só para relembrar, no acidente dois jovens morreram devido à incapacidade do então deputado em perceber que o mundo não gira à sua volta e que o fato dele ser rico e ocupante de um cargo eletivo não o torna diferente das demais pessoas do país. Desde o dia do acontecido representantes dos grupos políticos paranenses vêm lutando para que o caso caia no esquecimento, ou no descaso. Foram impedidas as realizações de exames que comprovassem a embriaguez e uso de outras substâncias por Fernando, quando estes foram realizados houve a tentativa de esconder os resultados do público. Depois houve a tentativa de forçar o esquecimento do evento por meio de um tipo de censura ao caso. Paralelamente houve, ainda, a tentativa de colocar os mortos em descrédito, impedir a avaliação técnica do acidente, por fim vem à tona que os radares da rua não registraram o veículo (a meu ver informações propositalmente não gravadas ou então apagadas), numa tentativa, para mim muito clara, de invalidar o laudo pericial. Em meio a esta podridão o assassino tem a capacidade de começar a posar de bonzinho, espalhando outdoors em sua cidade agradecendo aos que por ele oram. Todas estas situações somente chegaram ao público por que a imprensa do Paraná vem lutando para que o caso seja efetivamente punido pela Justiça. evidementemente isso só ocorre por interesse próprio já que um dos mortos era sobrinho de um importante jornalista do estado. Isso chegou ao ponto de ontem eu ver o repórter da RPC apresentar uma reportagem sobre trânsito sem paletó ou roupas típicas de repórter, estava vestindo uma camiseta da campanha "Trânsito, você escolhe: respeito ou morte". O pior de tudo é que sei que o vencedor desta batalha vai ser o time da Política, pois esta categoria desenvolveu ao longo dos anos uma couraça que os blinda a tudo e todos. Mas talvez isso sirva de lição para os meios de comunicação aprenderem que crimes deste tipo acontecem constantemente e talvez na pŕoxima vez em que alguém famoso (como o pagodeiro que matou um motociclista) se envolver em algo semelhante que o fato não seja propositalmente esquecido.
Para encerrar uma nota alegre: Semana passada dois políticos morreram no Brasil.