segunda-feira, 27 de julho de 2009

Brasil e suas elites

Dias atrás estava ouvindo numa rádio um comentarista de economia que falava de mercado finaceiro, investimentos, etc. Lá pelas tantas ele leu o e-mail de um ouvinte que iniciava sua colocação mais ou menos assim: "Tenho um patrimônio R$20.000.000,00 e cerca de R$1.000.000,00 em aplicações e gostaria de diversificar meus investimentos. Uma área que acho interessante é a da locação de imóveis para pessoas de baixa renda... ", e segue explicando o porquê desta escolha. Na sequência o cidadão (somente este tipo de sujeito é considerado assim) traz a seguinte questão: "Será que os investimentos que o governo federal vem fazendo para financiar a compra de moradia pelas camadas populares não vai afetar esse mercado?" Nesse momento soltei um sonoro: "Mas que FILHO da PUTA!!!". Caramba, esse é o tipo das elites brasileiras, e são este tipo de pessoas que ficam por aí malfadando os governos um pouco mais direcionados para as camadas que realmente precisam de uma ação governamental em suas vidas. Vejam que não estamos falando de pessoas que vão ganhar moradia (se bem que em muitos casos, isso também é válido), mas que vão conseguir sair da forca do aluguel e poderão aplicar (não 1 milhão) mas seus 2, 3, 4 talvez 5 salários mínimos na compra de uma moradia e o restante fazer a economia girar, aumentando seus consumos de comida e bens industrializados. Já até imaginei uma reunião no Country Club onde estes cidadãos estariam falando:"É um absurdo, esse governo Lula não pode continuar tratando o povo desta forma. Onde já se viu dar a chance das pessoas comprarem casas e nós ficarmos com nossos imóveis parados desvalorizando! É um assinte!". Se ao menos o cretino tivesse tido a iluminação de questionar se não seria mais lucrativo para ele passar a construir estas moradias e vendê-las, não. Não basta lucrar, tem-se de ganhar muito e sempre. O que valeu a pena foi que o comentarista teve a mesma reação que eu, mas foi bem mais comedido. Apenas respondeu friamente "Espero que sim."

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Caso do Deputado Voador

O acidente envolvendo o ex (infelizmente não para sempre) deputado Fernando Ribas Carli Filho instalou uma disputa, uma verdadeira queda-de-braço, entre duas forças que comunmente andam juntas: a classe política e a imprensa. Só para relembrar, no acidente dois jovens morreram devido à incapacidade do então deputado em perceber que o mundo não gira à sua volta e que o fato dele ser rico e ocupante de um cargo eletivo não o torna diferente das demais pessoas do país. Desde o dia do acontecido representantes dos grupos políticos paranenses vêm lutando para que o caso caia no esquecimento, ou no descaso. Foram impedidas as realizações de exames que comprovassem a embriaguez e uso de outras substâncias por Fernando, quando estes foram realizados houve a tentativa de esconder os resultados do público. Depois houve a tentativa de forçar o esquecimento do evento por meio de um tipo de censura ao caso. Paralelamente houve, ainda, a tentativa de colocar os mortos em descrédito, impedir a avaliação técnica do acidente, por fim vem à tona que os radares da rua não registraram o veículo (a meu ver informações propositalmente não gravadas ou então apagadas), numa tentativa, para mim muito clara, de invalidar o laudo pericial. Em meio a esta podridão o assassino tem a capacidade de começar a posar de bonzinho, espalhando outdoors em sua cidade agradecendo aos que por ele oram. Todas estas situações somente chegaram ao público por que a imprensa do Paraná vem lutando para que o caso seja efetivamente punido pela Justiça. evidementemente isso só ocorre por interesse próprio já que um dos mortos era sobrinho de um importante jornalista do estado. Isso chegou ao ponto de ontem eu ver o repórter da RPC apresentar uma reportagem sobre trânsito sem paletó ou roupas típicas de repórter, estava vestindo uma camiseta da campanha "Trânsito, você escolhe: respeito ou morte". O pior de tudo é que sei que o vencedor desta batalha vai ser o time da Política, pois esta categoria desenvolveu ao longo dos anos uma couraça que os blinda a tudo e todos. Mas talvez isso sirva de lição para os meios de comunicação aprenderem que crimes deste tipo acontecem constantemente e talvez na pŕoxima vez em que alguém famoso (como o pagodeiro que matou um motociclista) se envolver em algo semelhante que o fato não seja propositalmente esquecido.
Para encerrar uma nota alegre: Semana passada dois políticos morreram no Brasil.